terça-feira, 29 de janeiro de 2013

E por falar em amor...

Dia desses enquanto caminhava ouvia duas amigas à minha frente comentando sobre seus casos de amor. Não que eu estivesse desejando ouvir, muito pelo contrário, quando caminho eu desejo minha companhia e meus devaneios. Mas pela distância, acabei ouvindo algumas percepções que ambas possuem da palavra amor. Uma delas questionou a demora do companheiro em dizer eu te amo. Indignada com a demora do moço narrou a história de vários casais que em pouco tempo dividiam a mesma frase entre um beijo e um afago, entre um filme e pipoca, entre um volante e a troca da música no som do carro. Em linha reta e reflexões curvas, fiquei pensando quantas vezes usei esta frase. Se eu falei, valha-me Deus pensar quantas vezes também escutei um “eu te amo” sem reflexão alguma! Mas lembrei-me dos namorados que tive e da lembrança deste tão esperado momento quando se é mais jovem. Nos passos largos e ágeis lembrei-me de muitas demonstrações que tive de amor. Genuínas e gratuitas como se deve ser. Um namorado fazia cartas de amor com frases e textos de poetas para me oferecer semanalmente, outro me entregou um CD com as músicas que ele amava como forma de doar um pouco de si para mim. Lembro-me de um namorado que escrevia um diário sobre nossa estória e fazia um registro de todas as minhas fotos de festivais de ballet. E, por fim, no calor da caminhada, lembrei-me de um que criava músicas no piano e intitulava-as todas de Gaxa, que era a forma que ele carinhosamente me chamava. Nem sempre ouvia a frase esperada! Aquela que é criada de apenas três palavras e que as mulheres esperam como se tem fome e sede.
Não se pode esperar e apressar demonstrações de amor! Na correria da vida contemporânea perdemos as cartas de amor que recebemos diariamente dos nossos companheiros. Em vida pós-moderna, o amor deve ser lento, sem pressa e com coragem suficiente para se perder em atalhos, curvar em nossas estradas, sem pressa alguma de nascer e crescer. De velocidade andamos fartos. Basta a tecnologia e todas as informações escancaradas em jornais que nos apressam a viver, crescer e morrer. Para amar é preciso dar passos lentos. Em vida pós-moderna, o amor deve ter tempo... Pensei em andar mais apressadamente e compartilhar desta reflexão que fiz. Mas achei melhor seguir em frente. Afinal, cada um tem o seu tempo na estrada chamada vida e em questão de amor é preciso andar lentamente observando a estrada. Coisa que, aos trinta anos já somos capazes de fazer!

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