segunda-feira, 14 de abril de 2008

Solidão





Clara era assim mesmo... Tinha um sorriso tão maior que ela mesma que as pessoas confundiam o amor pelo mundo que ela tinha com a postura de aceitar tudo nele.
Era uma moça doce, é certo, mas quem realmente conseguia vê-la com olhos de quem quer ver, percebia nela uma tristeza doída de andar, andar, percorrer corações e cidades e, bem no fundo, perceber num só peito sua solidão diante de tanta gente. Quem poderia entender o que ela é, se ela está neste mundo buscando com toda a delicadeza compreender o que ela é no devir da vida?Quem? Onde?Quem?

Conversava com toda gente, mas, ela sabia que conversava melhor com estrelas e silêncio! Tinha mais intimidade com filósofos e poetas, porque estes, como ela, não julgam mas apontam possibilidades de ser tornar melhor no mundo! E ela achava isto mais coerente e porque não dizer mais bonito!

Ela sabia que sua vida daqui pra frente, depois de ter compreendido sua solidão não seria mesmo fácil porque não deixará, com certeza, de dar amor e ouvidos, braços e abraços, palavras, cartões e cama em momento de dor do outro! Mas, ela sabe, lá no fundo, que ela nunca teve e nem terá o mesmo!