quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Salto Triunfal de 2012

Então chegou dezembro... Luzinhas de Natal; promoções; lista de presentes; árvores natalinas com variados enfeites e no meio de tudo isto um entrelaçamento de sentimentos dentro da gente que nem conseguimos muito bem definir! Muitas pernas correndo para tudo que é lado, para ver se dá tempo de finalizar as tarefas no trabalho, de reconciliar com a irmã, de comprar em deliciosas prestações os presentes dos filhos, de participar do amigo oculto da empresa, de pensar na ceia de Natal, de, de, de, de... E no meio de tanta coisa pra se fazer antes do dia 31 de dezembro, a frase mais falada no meio de tantas bocas na multidão - “Como o tempo tá passando! Este ano passou e eu nem o vi”! Fico pensando se esta frase virou mais clichê barato ou se, de fato, ninguém mais é atravessado pelos acasos da vida que nos atropela em doze parcelas ao longo do ano. Eu não somente vi o ano passar como mergulhei dentre dele. Atirei-me nele como aqueles saltos que fazíamos quando criança para cair na piscina de forma triunfal. Saltei rodopiando e imaginando se o fundo era de fato fundo! Encharquei-me de emoções tristes e alegres, de dúvidas e de descobertas. Mergulhei! Assumi uma casa com poucos móveis e muitos sonhos dentro dela. Tornei-me desdobrável como diz a escritora, nossa Adélia Prado. Percebi-me desdobrável na imensidão de devires em um único dia – devir mãe, devir professora, devir filha, devir mulher e devir o que há porvir! Descobri na banalidade tanta beleza que alguns dias os meus olhos ficavam irritados devido a grandeza nas coisas simples como virar a chave na fechadura e ver do lado de dentro um lar que é meu; tomar uma taça de vinho enquanto escuto“Eu sei que vou te amar” de Vinícius de Moraes; ficar frente a frente com a pintura de Caravaggio e doer o peito de estar diante de uma obra de arte; conhecer pessoas que nem sabia que existiam e que são tão interessantes que resolvi carregá-las dentro de mim desde os encontros! Janeiro, Fevereiro, Março e Abril... Na ciranda dos meses fui me fazendo, me criando, me revelando, me sendo com o amontoado de todos os sentimentos que surgiam! Setembro, outubro, novembro e dezembro... Até acreditei que o amor pudesse acontecer nos acasos que nos atropelam sem pedir muita permissão para acontecer! Se muita gente não viu o ano passar é uma pena. Eu não somente o vi como aceitei o convite de pular pra dentro dele. Fiz um belo salto, mergulhei e coloquei a mão lá no fundo, como naquelas brincadeiras de criança na piscina com os amigos quando se disputava quem conseguia chegar até o fundo mais rápido! Vivi cada instante e descobri que a vida é funda, profunda, mas que o bonito dela é fazer o nado e voltar para superfície com a certeza de que foi até onde conseguia ir, sem se sabotar! Então chegou dezembro! E que venha 2013 com a expectativa de um novo salto, mais alto, mais bonito e mais profundo!