quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Retrato impressionista



Auto-retrato impressionista?
Minha composição é incompleta. Não há fluidez.
Há expressão, há humor e, por vezes, há luz ( como uma tela de Cèzanne).
Minha beleza é assimétrica, não começa nem termina. Fica suspensa num limbo entre o grotesco e o sublime. Depende de variáveis infinitas que não traduzem matemática alguma. Pelo contrário, apenas configuram redemoinhos caóticos de informação visual.
Minhas fotografias me revelam inacabada. Como uma oração sem predicado. Meus detalhes todos desorganizados. Arrastados e afastados por um vendaval de origem obscura. Gostaria de ser um impressionismo. Mas não posso, sou arte moderna, presa numa dimensão de tempo onde qualquer borrão pode ser julgado e todos são convidados a participar dos meus nuances. Exceto eu.