Então chegou dezembro... Luzinhas de Natal; promoções; lista de presentes; árvores natalinas com variados enfeites e no meio de tudo isto um entrelaçamento de sentimentos dentro da gente que nem conseguimos muito bem definir! Muitas pernas correndo para tudo que é lado, para ver se dá tempo de finalizar as tarefas no trabalho, de reconciliar com a irmã, de comprar em deliciosas prestações os presentes dos filhos, de participar do amigo oculto da empresa, de pensar na ceia de Natal, de, de, de, de... E no meio de tanta coisa pra se fazer antes do dia 31 de dezembro, a frase mais falada no meio de tantas bocas na multidão - “Como o tempo tá passando! Este ano passou e eu nem o vi”!
Fico pensando se esta frase virou mais clichê barato ou se, de fato, ninguém mais é atravessado pelos acasos da vida que nos atropela em doze parcelas ao longo do ano.
Eu não somente vi o ano passar como mergulhei dentre dele. Atirei-me nele como aqueles saltos que fazíamos quando criança para cair na piscina de forma triunfal. Saltei rodopiando e imaginando se o fundo era de fato fundo! Encharquei-me de emoções tristes e alegres, de dúvidas e de descobertas. Mergulhei! Assumi uma casa com poucos móveis e muitos sonhos dentro dela. Tornei-me desdobrável como diz a escritora, nossa Adélia Prado. Percebi-me desdobrável na imensidão de devires em um único dia – devir mãe, devir professora, devir filha, devir mulher e devir o que há porvir!
Descobri na banalidade tanta beleza que alguns dias os meus olhos ficavam irritados devido a grandeza nas coisas simples como virar a chave na fechadura e ver do lado de dentro um lar que é meu; tomar uma taça de vinho enquanto escuto“Eu sei que vou te amar” de Vinícius de Moraes; ficar frente a frente com a pintura de Caravaggio e doer o peito de estar diante de uma obra de arte; conhecer pessoas que nem sabia que existiam e que são tão interessantes que resolvi carregá-las dentro de mim desde os encontros!
Janeiro, Fevereiro, Março e Abril... Na ciranda dos meses fui me fazendo, me criando, me revelando, me sendo com o amontoado de todos os sentimentos que surgiam!
Setembro, outubro, novembro e dezembro... Até acreditei que o amor pudesse acontecer nos acasos que nos atropelam sem pedir muita permissão para acontecer!
Se muita gente não viu o ano passar é uma pena. Eu não somente o vi como aceitei o convite de pular pra dentro dele. Fiz um belo salto, mergulhei e coloquei a mão lá no fundo, como naquelas brincadeiras de criança na piscina com os amigos quando se disputava quem conseguia chegar até o fundo mais rápido!
Vivi cada instante e descobri que a vida é funda, profunda, mas que o bonito dela é fazer o nado e voltar para superfície com a certeza de que foi até onde conseguia ir, sem se sabotar!
Então chegou dezembro! E que venha 2013 com a expectativa de um novo salto, mais alto, mais bonito e mais profundo!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Dose diária de felicidade
Dia desses, li a coluna de Martha Medeiros no jornal o Globo e me deliciei com os itens que a escritora fez sobre pequenas felicidades que ela encontra no devir da vida. Fiquei pensando na minha lista – onde mora a felicidade na minha vida ordinária? Com o tempo (e que fique claro, não com a idade, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra), aprendi a ser feliz por simplesmente viver.
Fiz a minha lista e percebi que aprendi que a gente precisa de quase nada para ser feliz...
1. Acordar sem sono e perceber que ainda há mais 20 minutos para ficar na cama;
2. Comer brigadeiro de colher com minha filha em plena terça-feira para comemorar nada (a não ser a companhia);
3. Caminhar em direção ao trabalho, escutando no Ipod Chico Buarque e ver a Adélia Prado na esquina com seus cabelos prateados olhando o longe ou quem sabe, criando a próxima poesia;
4. Receber um elogio profissional de quem você admira;
5. Receber uma declaração de amor de quem você jamais esperava;
6. Fechar a janela e descobrir que a lua tá linda e que vale a pena debruçar à janela para apreciar este momento único;
7. Ir a uma festa e rir muito com novos e velhos amigos;
8. Beijar.
9. Pesar na balança da farmácia e descobrir que emagreceu sem precisar fazer dieta;
10. Fazer o prato predileto (para você mesma) e ainda abrir um bom vinho para comemorar a dádiva de ser quem se é;
11. Barulhinho bom de chuva antes de dormir;
12. Ligar a TV num dia de domingo, sem nada para fazer, e descobrir que seu filme vai começar daqui a cinco minutos (tempo exato para fazer a pipoca);
13. Reler poemas e decorar para carregá-los pra sempre;
14. Mar e sol;
15. Conseguir finalizar as pendências da semana na sexta-feira e saber que terá, enfim, um final de semana de verdade;
16. Ficar sem luz e ela voltar (não há nada mais mágico que isto);
17. Ver uma borboleta voando,
18. Sonhar com coisas boas e acordar;
19. Ouvir música bem alta e cantar sem medo que os outros te escutem;
20. Sorrir.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Saudade é você

Tenho sentido muita saudade... uma saudade morna, doce e profunda. Quando tento me escapar desta saudade, temo me afastar de você, e eu não quero.
... nesta tarde cinza, vendo a cidade aqui do quarto andar e deixando meus pensamentos divagarem fiz a matemática de nós dois.
A adição saudade + nós vai dar em algo muito bom que ainda não tem nome, mas que existe.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Pão e poesia - nosso de cada dia
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